quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Uma história e duas versões



Tenho acompanhado o desenrolar da história da advogada brasileira residente na Suíça de boca aberta. Nem tão mais aberta, pois anteontem extrai os dois sisos do lado direito, então mal consigo abri-la, muito menos deixa-la aberta. Acredito que fui mais torturada na cirurgia -- a qual durou 4 horas -- do que Paula Oliveira.

Eis o caso:

Pululam na blogosfera que raios aconteceu com a suposta agredida no domingo retrasado em Zurique, na Suíça, ao sair de uma estação de trem. Afinal ela estava realmente grávida? Foi atacada por três neonazistas? Teve um aborto após a agressão? São muitas suposições frutos de um único blog. Sim, Noblat deu o maior furo do ano em seu blog em primeira mão, como o próprio fez questão de enfatizar.



Questões relevantes entram em jogo: Podemos ou não publicar matérias na velocidade da luz sem fazer devida apuração? Ou melhor, blog pode ser considerado uma ferramenta de cunho jornalístico? Blog é jornalismo?

A compulsão pelo furo chegou aos blogs sim, leia o post do jornalista e blogueiro Marcos Lauro, o qual nos coloca para refletir sobre o assunto.

O que eu mais acho engraçado disso tudo é que um post foi disseminado para a mídia do país inteiro como verdade. E o pior de tudo é termos que engolir como justificativa 'um email que eu recebi de um amigo (pai de Paula)', como afirmou Noblat. Então agora se faz jornalismo por email? Parece que sim.

UPDATE: Paula não tem permissão de sair da Suíça. Pode pegar 3 anos de prisão.

Fonte das fotos: Blog do Noblat, benhê

Um comentário:

Vivian Lee disse...

Até o Celso Amorin fez merda. Esse caso foi a maior piada internacional desde, sei lá, desde as supostas cartinhas com anthrax no pós-11 de setembro. Chorei.

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