segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Google books, livros sob demanda e afins
Hoje vou falar de livro. Tema polêmico assim como outras mídias criadas no século passado e ainda com 'mentalidade' de século passado. E mídia lá tem mentalidade? Explico-me: as mídias de outrora ainda não se adaptaram a realidade 2.0. Simples explicação, difícil é se adequar a ela.
Pensei em vários temas para encaixar nesse post. Falar da cauda longa, do novo livro free ("FREE") do Chris Anderson, na briga de gigantes da internet a favor do fim da biblioteca Google Books. Enfim, vou soltando o verbo sem me preocupar, quem não entender email-me.
Não é profecia, mas sim uma tendência do livro impresso se tornar um evento midiático como MP3, isto é, de virar um arquivo para ser baixado gratuitamente faixa por faixa, nesse caso, página por página. Com isso o consumidor terá a liberdade de comprar a materialidade física via impressão sob demanda, a qual acredito ser a saída para o mercado editorial.
Podem perceber que está cada vez mais escasso livro em abundância nas livrarias. Nesse contexto as "Amazons" da vida ganham espaço.
A democratização da informação veio para somar com as empresas, e não o contrário como geralmente é pensado -- vide a Open Book Alliance, coalizão liderada pela organização sem fins lucrativos Internet Archive, além dos peso pesados Microsoft, Yahoo e Amazon.
A informação está sob nossos olhos e cliques de mouse free e full time. Achar que a cultura do free é via de mão única é bullshitagem. Aguardo ansiosamente o desenrolar dessa disputa.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
As formigas têm megafones na web 2.0
Com a consolidação da Internet, a indústria fonográfica se deparou com novos paradigmas a cerca do business na era da informação. Novas regras emergem a cada instante, derrubando o marketing convencional de outrora.
O poder da indústria se deslocou das mãos dos executivos para dos fãs. Já é possível conhecer uma banda de garagem fora dos eixos das grandes capitais com um clique no mouse. O limite do underground ultrapassou o subterrâneo, ganhou forças na web para se globalizar. Por conta disso, as empresas no ramo tiveram que adequar os planos de marketing para o ambiente hipermidiático.
A era da recomendação fez com o fã se tornasse o novo formador de preferência cujas opiniões são respeitadas. É ele que determina o que e quem deve estar na mídia. Alguns são meros fãs, outros participam ativamente de grupos de discussão, fã clubes, comunidades em redes sociais, e ainda outros são apenas rebanhos monitorados por softwares. Esses softwares acompanham a filtragem de hits para nichos, sendo este o efeito principal da Cauda Longa.
Alguns desses líderes de opinião são profissionais da área, outros, são pessoas comuns -- blogueiros como eu e você -- mas que tem um blog cujo conteúdo está relacionado a algo que ele acompanha.
Os fluxos de dados podem desencadear uma maneira poderosa de comercializar música - a propaganda boca a boca ampliada pelo efeito feedback das recomendações adaptativas. Os fãs online são a base para o sucesso da Cauda Longa, pois são eles os principais agentes da indústria.
O rádio analógico não é mais o melhor veículo para lançar novos artistas, a princípio não é o melhor se ele for o único recurso. Além dele há diversas opções mercadológicas na web, uma delas seria a disponibilização de algumas faixas de música em sites como a rede social Last.fm. Observa-se com freqüência o funcionamento da Cauda Longa nesse tipo de recurso com sucesso.
Em tempos remotos, as gravadoras existiam basicamente para descobrir talentos, financiá-los, distribuir suas músicas e, consequentemente, bancar o marketing para fazer o negócio lucrar. No entanto, com a democratização da tecnologia a gravação digital se tornou acessível. Agora o mesmo trabalho que era feito em estúdios pode ser realizado em computadores pessoais.
A Cauda Longa, em síntese, é o conjunto de recomendações que se deslocam pela faixa dinâmica, sendo que todos esses “passos” ao longo do caminho fizeram sentido, pelo menos para a maioria. Caso contrário corre o risco de ter ruído, logo o prejuízo nas vendas será perceptível.
Fonte: Capítulo 7 do livro "A Cauda Longa: do mercado de massa para o mercado de nicho", Chris Anderson