quinta-feira, 16 de abril de 2009

As formigas têm megafones na web 2.0

Com a consolidação da Internet, a indústria fonográfica se deparou com novos paradigmas a cerca do business na era da informação. Novas regras emergem a cada instante, derrubando o marketing convencional de outrora.

O poder da indústria se deslocou das mãos dos executivos para dos fãs. Já é possível conhecer uma banda de garagem fora dos eixos das grandes capitais com um clique no mouse. O limite do underground ultrapassou o subterrâneo, ganhou forças na web para se globalizar. Por conta disso, as empresas no ramo tiveram que adequar os planos de marketing para o ambiente hipermidiático.

A era da recomendação fez com o fã se tornasse o novo formador de preferência cujas opiniões são respeitadas. É ele que determina o que e quem deve estar na mídia. Alguns são meros fãs, outros participam ativamente de grupos de discussão, fã clubes, comunidades em redes sociais, e ainda outros são apenas rebanhos monitorados por softwares. Esses softwares acompanham a filtragem de hits para nichos, sendo este o efeito principal da Cauda Longa.

Alguns desses líderes de opinião são profissionais da área, outros, são pessoas comuns -- blogueiros como eu e você -- mas que tem um blog cujo conteúdo está relacionado a algo que ele acompanha.

Os fluxos de dados podem desencadear uma maneira poderosa de comercializar música - a propaganda boca a boca ampliada pelo efeito feedback das recomendações adaptativas. Os fãs online são a base para o sucesso da Cauda Longa, pois são eles os principais agentes da indústria.

O rádio analógico não é mais o melhor veículo para lançar novos artistas, a princípio não é o melhor se ele for o único recurso. Além dele há diversas opções mercadológicas na web, uma delas seria a disponibilização de algumas faixas de música em sites como a rede social Last.fm. Observa-se com freqüência o funcionamento da Cauda Longa nesse tipo de recurso com sucesso.

Em tempos remotos, as gravadoras existiam basicamente para descobrir talentos, financiá-los, distribuir suas músicas e, consequentemente, bancar o marketing para fazer o negócio lucrar. No entanto, com a democratização da tecnologia a gravação digital se tornou acessível. Agora o mesmo trabalho que era feito em estúdios pode ser realizado em computadores pessoais.

A Cauda Longa, em síntese, é o conjunto de recomendações que se deslocam pela faixa dinâmica, sendo que todos esses “passos” ao longo do caminho fizeram sentido, pelo menos para a maioria. Caso contrário corre o risco de ter ruído, logo o prejuízo nas vendas será perceptível.

Fonte: Capítulo 7 do livro "A Cauda Longa: do mercado de massa para o mercado de nicho", Chris Anderson

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